Depois de toda tragédia grega que se anunciava na Croácia , decidi abortar meus 7 dias por lá. Com muita dor devo dizer. Fiquei babando por muito tempo para conhecer Dubrovnik, Zadar ,a ilha de Hvar entre outros.
O que eu faria com 7 dias abortados de viagem ? Pensei por um longo tempo se valeria a pena explorar a Hungria por mais tempo , visitar outros países ou o que.
E por fim...decidi seguir uma sugestão que minha avó me deu anos atrás para a primeira vez que eu fosse para a Europa. Que eu ficasse 15 dias e que visitasse a maior quantidade possível de lugares de modo a captar as diferenças entre os europeus para que numa próxima vez eu tivesse já sabendo aonde eu estava pisando e decidir explorar poucos lugares mais a fundo.
Bom...olhando no mapa...eu tinha a Eslovenia, a Eslováquia, a Austria, a Alemanha , a Romenia entre outros...
Não escolhi a Polônia por que me falaram que a dose de dor e sofrimento em relação ao nazismo e ao socialismo é apenas 10 vezes maior do que vi na Hungria. De sofrimento tava bom já né ?!
Não pensei na Rep. Tcheca pq pra ir lá tem que ter visto antes de sair do Brasil. E eu não tinha.
Não pensei na Alemanha temendo o alto custo.
E não pensei na Eslovênia por que...eu acho que a Eslovenia merece sozinha uma viagem de 15 dias alucinante por tudo que já vi e ouvir falar dela.
Daí resolvi dar uma olhada no meu guia.
E descobri algo que me chamou atenção. A Eslováquia é o país dos castelos. E em sua capital existe um aberto a visitação de forma pouco vista na Europa. Ok...to convencida. É pra lá que eu vou !
E decidi que iria à Vienna ,terra de Mozart. E iria descobrir o que tem de tão legal lá.
Mas...estabeleci que meu quartel general seria Budapeste. Minha passagem de volta para o Brasil seria pela Hungria. E todos os países que aqui citei , com exceção da Alemanha e da Austria, são facilmente visitados em poucas horas.
Logo...não precisava gastar dinheiro com mais hospedagem , passagem etc...
Na estação Croata comprei uma passagem de volta de 2ª classe para enfrentar o trem do terror novamente por mais 9 horas.
Desta vez minha passagem não tinha acento marcado. Então eu não poderia reclamar.
No dia seguinte lá estava eu de mala e cuia pronta para voltar à Budapeste.
Fui surpreendida de forma positiva.
O trem não estava lotado. Sobravam lugares adoidado. E aí eu conheci 3 meninos franceses.
Que me acharam o máximo pq eu não me incomodava deles fumarem dentro do vagão (com o cigarro pra fora da janela). E eles achavam isso o auge da rebeldia pois, é expressamente proibido fumar nos trens mas um monte de europeu faz isso.
Ainda me convidaram pra jogar um jogo de cartas que eu não sei o que era e eles não sabiam explicar sem ser em francês. hahaha Ou seja...não joguei. Apesar da gente conseguir se comunicar em inglês.
E pude presenciar também um pouco da arrogância francesa.
Desde o momento da compra da passagem , o balconista alertou que metade da ferrovia estaria em obras. Logo, quando chegássemos nessa altura teríamos que saltar do trem e pegar outro transporte pra seguir viagem.
Eu pensei: Que ótimo! Depois de 9 horas de puro terror pra ir...agora eu não sei se iremos voltar!
Mas eles foram legais dessa vez.
Quando entramos nos vagões eles distribuiram um papel em inglês, alemão e húngaro dizendo que saltaríamos no limite da ferrovia, pegaríamos um ônibus pago pela cia de trem e seguiríamos até Budapeste.
Poooo muito melhor!
Quando estava perto de saltarmos do trem um funcionário avisou a todos os passageiros que era hora de prepararem suas malas para desembarcar.
Os meninos franceses decidiram que iriam falar apenas em francês com o funcionário do trem. E de sacanagem falaram que não estavam entendendo nada.
O funcionário do trem simplesmente falou em inglês: Eu não posso fazer nada se vocês querem ficar no meio da estrada. Nós estamos nos esforçando para falar em alemão , inglês e húngaro. Se vocês não querem colaborar é melhor não viajar daqui em diante.
Os meninos ficaram mudos.
E descemos na tal estação Gyékényés na Hungria para dar seguimento a viagem.
De lá pegamos um ônibus. E eles fizeram algo meio português. Mas que até que não foi mal negócio. Andamos de ônibus apenas no trecho que a ferrovia estava em obras.
Depois tivemos que pegar nossas malas e colocá-las de novo em outro trem até o ponto final.
Pelo menos...deu pra curtir a viagem muito mais e a paisagem era bonita.
Cheguei em Budapeste e voltei a ficar novamente hospedada no hotel que me salvou dos albergues imbecis de Budapeste.
Eu me sentia profundamente feliz em chegar a "minha casa" , a um lugar conhecido, me sentir acolhida e em paz de novo. Ufa! Hoje eu irei descansar !
Chegando no hotel, a primeira coisa que eu fiz foi...voar para a Vorösmarty Tér para me divertir e ficar a céu aberto comendo comida típica da Hungria, vendo pessoas felizes e celebrar com eles toda alegria do verão. Como é bom estar de volta!
Ao final do dia...aprendi a apreciar algo que nunca passou pela minha cabeça. Corrida de Bicicleta pela TV. Pois é...eu vi uma etapa na Bélgica. E confesso que nunca vi uma prova tão emocionante e um editor tão bom quanto aquele.
Eu fiquei eufórica e torcia muito pelo final e tinha até um corredor preferido! Foi pura emoção do início ao fim. No canal Euro Sports. Confesso que nunca achei que fosse achar legal assistir uma competição dessas mas me amarrei.
Melhor que isso...só caindo na cama para ter uma linda noite de descanso como há muito tempo eu não tinha tranqüilidade.
Próxima Parada: Austria ! A divina beleza de uma das cidades menos publicitárias da Europa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário