Bom...voltando à Tel Aviv e deixando de lado um pouquinho as questões entre árabes e judeus. Se é que isso é possível...
Fiquei uns 2 à 3 dias em Tel Aviv para fazer uma ambientação local. Ambientação do fuso , tentar ver se era perigoso ou não sair por aí e planejar os próximos dias. É...não é muito comum eu fazer isso mas fomos para Israel sem ter nada fechado em termos de hospedagem. Que maravilha rs ! Corria o risco de dormirmos na estrada qualquer dia desses rs.
A dúvida em Tel Aviv era muito praonde ir...para o norte ? Ou para o sul ? A Stephanie estava louca para ir ao norte e eu ao sul. E agora !? Sim...a gente imaginava que passaríamos em ambas as regiões mas definitivamente alguma teria que ficar prejudicada por uma questão de dias e lugares a se visitar.
Falando nisso...ela queria aproveitar e conversar com todo mundo que encontrasse no albergue hahaha. Eu não estava exatamente nessa vibe, talvez por não ser minha primeira viagem e minha primeira experiência em albergues. Mas até que valeu a pena , muito a pena!
Em um dos dias que estávamos hospedadas lá conhecemos um casal de brasileiros de Caxias do Sul - RS. O Shaul e a Ainara. Que foram para Israel para morar lá por 1 ano em um kibbutz. O Shaul é judeu e a Ainara não. Mas não importava...eles também estavam em busca de saber para onde ir. E pretendiam passar uns quase 15 dias visitando o país antes de fixar residência em Qettura ao sul de Israel. Ah sim! Eles também não sabiam se iriam para o norte ou para o sul.
Resolvemos então nos unir. Afinal de contas tudo rachado por 4 sai mais em conta do que por 2. Demoramos um bom tempo para decidir se norte ou sul e a conclusão que chegamos foi : Vamos tirar no par ou ímpar ! rs
E decidimos ir para o sul ! Uhullll !!!! \o/ Aeeee a viagem vai começar !
Próxima etapa: Qual é a forma mais barata de se visitar Israel ? Alugando um carro ou indo de ônibus ?
Fizemos as contas e chegamos a conclusão que alugar um carro para 4 pessoas sairia muito melhor. Pelos nossos cálculos , gastaríamos em torno de 1000 shekels (aprox. R$ 530) todos se fossemos de carro. Talvez de ônibus gastássemos 1000 shekels cada !
Próxima parada...arranjar a locadora de carros mais barata de Tel Aviv. O Shaul passou horas infinitas buscando a melhor opção até que encontramos uma bem próximo a gente.
Encontramos a Europa Car na mesma rua do nosso albergue e praticamente enfrente ao consulado americano. Levou um tempo mas conseguimos desenrolar com a mulher. A loja da Europa Car tinha sido aberta naquele local fazia 3 dias se tudo isso...acho que fomos dos primeiros clientes dela. Pedimos pra ver todos os carros , todos os espaços e o quanto eles realmente aguentariam uma viagem de aventuras. Ao menos eu tinha na minha cabeça estradas muito ruins e lugares de difícil acesso.
Bom...momento de cair pra trás rs. Eu mesma até hoje não acredito nisso rs.
Conseguimos alugar um Mitsubishi Lancer GT por APENAS 375 Shekels ! Significa: R$ 200 para um Mitsubishi por 1 semana !!! Até hoje eu não consigo acreditar nisso. =O
Bom...decidimos partir no dia seguinte. Mas claro que ficando 1 dia de bobeira em Tel Aviv iríamos aproveitar pra rodar.
Muçulmanas:
Voltamos ao bairro árabe de Jaffa. E desta vez de dia. Lá pude observar uma particularidade entre muçulmanas que já havia observado quando fui ao Egito.
Eu não sei exatamente o que existe na religião delas mas é proibidíssimo tirar foto. Pois é...um simples ato de tirar foto. Sei que as mais "rebeldes" costumam fugir da vigilância ferrenha de seus familiares e a primeira coisa que fazem !? Vão tirar fotos com estranhos ! Para elas aquilo é um ato de libertação sem igual.
E a liberdade é tão grande que elas conseguem contagiar todo mundo a volta com seus sorrisos, gargalhadas e plenitude de tanta felicidade por estarem por alguns momentos livres. Resultado ? Bom...são sempre fotos hilárias de se ver...e excelentes momentos de recordação. Isto foi o que saiu em nossas fotos proibidas:
Shaul abaixado, eu no centro, Ainara, Stephanie no canto direito e as muçulmanas à direita. Um dia posto fotos de muçulmanas mais tradicionais. |
Foi um momento bem engraçado. Não lembro exatamente mas elas ainda tinham algo escrito no papel o que só tornava tudo mais hilário. Se algum dia eu vier a cruzar com muçulmanas de novo certamente irei chamá-las para uma foto rs.
Aprendendo a negociar como um árabe em Jaffa:
Ainda que em muito menor grau , Israel possui em Tel Aviv um comércio tipicamente árabe em Jaffa.
O que significa isso ? Várias coisas...em especial, como tirar um phD em negociação em 5 minutos. No início você vai apanhar muito. Com o tempo você pega o jeito. Em lugares aonde a cultura e a presença árabes são muito mais fortes tenha certeza que a negociação será muito mais puxada do que em Jaffa, que soou ligeiramente light.
Comércio árabe em Jaffa - Tel Aviv. Lembra muito a Uruguaiana aqui no Rio. |
Pois bem, vamos começar com as técnicas árabes de negociação:
1 - JAMAIS demonstre interesse no que você quer comprar. Árabes não ficam de olho se está entrando cliente na loja. Eles ficam olhando pra ver o que seus olhos transmitem. Se eles brilharem diante de algo...pode ter certeza, você perdeu. E vai ter comprar rs. (Ou quase isso...)
2 - Se possível , esteja com um homem junto. Isto significa muita coisa. Em especial ser levada a sério na hora que deseja comprar alguma coisa. Em tempo...árabes adoram mulheres acima do peso ou com formas palpáveis. Se você for uma mulher apertável...cuidado. Eles vão dar em cima de você e te propor em casamento.
2.1 - Se te oferecerem camelos para casar não se ofenda. É cultural. Antigamente um homem que oferecia a mulher X camelos era um homem de posses que poderia oferecer condições de uma vida plena. E uma mulher que vale 1000 Xs pode ter certeza que é uma mulher de muito valor.
2.2 - Hoje em dia árabes não vivem mais assim. Mais ficou pela brincadeira ou pela cultura o hábito de cortejar mulheres dessa maneira. O que você deve pensar disso ? Que já não se fazem árabes como antigamente, oras! Estão todos falidos hahaha.
3 - JAMAIS aceite o primeiro valor do produto. Ele é sempre inflacionado. Diga que não quer. Diga que está caro. E se o árabe insistir muito, diga que não vai comprar mais nada e vá embora. Pode ter certeza: Este árabe vai correr atrás de você e vai começar a negociar.
3.1 - O árabe vai começar a reduzir os valores , - 5 shekels, - 10 ,- 20... pense num valor que você considera justo e ponha ele a mesa. Se você quiser brincar mais...não ponha ele à mesa logo de cara. Se o árabe fizer um produto que era 80 shekels por 75 peça 70. Se ele insistir muito em 75 ameace a desistir de novo, e então ele irá baixar pra 70. Quando chegar em 70 você pergunta se não pode ser por 65 e por a í vai.
3.2 - Se você chegar no limite do árabe pode ter certeza que irá ouvir : " Por favor, você tem que me entender ! Se eu vender por esse preço não irei sustentar minha mulher e meus filhos. Compreenda não posso vender por esse preço." Ok , você venceu. Dê uma trégua pro árabe. Faça um valor justo para ambas as partes.
No final...você conseguirá sempre um abatimento de uns 30 % no valor de tudo que for comprar. Em uns raros casos conseguirá abater ainda mais. Bom né !? Demais ! Só um detalhe. Estas técnicas só funcionam em mercados de rua com aspecto de feirante ou comerciantes ambulantes. Numa loja tradicional como as que conhecemos dificilmente aceitarão negociar qualquer coisa.
Achou cansativo ? Relaxa...no Egito esse tipo de negociação é bem pior...
Sem dúvida que é extenuante, mas olha vale o abatimento e a economia para seguir viagem.
Um pouco mais do comércio árabe em Jaffa. Olha as muçulmanas aí de costas ! Sim, são elas mesmas. Pecado! |
Shakshuka é uma espécie de sopa israelense. Aí está uma espécie de "fast food" de sopa. É uma rede bem conhecida lá em Tel Aviv. |
Apesar de ser uma loja de bijouteria chama a atenção a Hamsa acima. Hamsa é esta mão de cabeça pra baixo. Os israelenses acreditam que ela dê proteção e ajude contra mau olhado. |
Nós 4 sem as muçulmanas. Que engraçado hahahaha parece até que foi recortado do photoshop. Só que não. |
Próxima parada: Mar Morto e em seguida: Yerushaleim (Jerusalém) !
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