segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Hungria - Budapeste- Terror Háza- A Casa do Terror

Andrássy , 60 útca
Fiquem felizes que pelo menos existe uma imagem para mostrar.

Para chegar pegue a linha M1 do metrô e salte na estação Vorösmarty Street (segundo o Google Maps). Tenho a lembrança de ter saltado na estação Bajza e ter andado cerca de 2 mins a pé até a entrada do museu.

A idéia do Museu é a pior possível. Para alguns a melhor. Uma mulher teve a idéia de escancarar para o mundo todas as memórias e realidades do nazismo e do socialismo no planeta como forma de alertar para quem quer que seja que isto não pode ocorrer nunca mais.

Então ela vendeu sua idéia ao Governo que topou de cara. E os húngaros foram os primeiros a terem coragem de revirar um passado mórbido repleto de crueldade e genocídio. Os demais países diretamente envolvidos até hoje em sua maioria não têm coragem de se pronunciar para falar qualquer coisas a não ser um enorme pedido de desculpas e uma dor profunda que só ao lidar de perto é possível talvez chegar perto de alguma compreensão.

Para aumentar o tamanho da mensagem , o museu na verdade é a sede antiga do que seria um quartel general da KGB ou algo equivalente. A polícia húngara de tortura ficava exatamente no prédio que talvez um dia você pense em visitar.

Enfim...Seja...bem-vindo à casa do Terror!

Segue meu relato na época e penso que não é preciso acrescentar mais nada a ele.

De cara eles fazem uma ambientação que nem aqueles museus americanos. Não tem aonde arrumar defeito. A entrada tem um memorial com uma parede meio preta e meio cinza com uma faixa caída no chão com as cores da Hungria dentro de uma espécie de coroa de espinhos como a de Cristo. E já toca uma música de muito impacto e tensão. Tem uma menção na faixa escrita" just Peter..." o resto tava em húngaro.

Aí virando a esquerda tem a entrada. Vc paga 2000 Huf para entrar ( Cerca de 6.67 euros). A mulher perguntou qual era o meu país e na seqüência ela me perguntou se eu tinha uma carteira de estudante. Apresentou o modelo certinho! Em lugar nenhum do mundo isso acontece. Ela disse tmb que o museu iria fechar em 1 hora e 5 mins. Mas falei que tudo bem. De lá você é direcionado para o guarda-volumes. Não pode levar nada. Talvez até deixem levar papel e lápis. Mas tá proibido celular, câmera, comida, bebida etc... O estranho é que a mulher do guarda-volume tava com uma luva como se não quisesse deixar impressões digitais.

A partir daí é só tragédia.

Ao entrar você se depara com um tanque real exposto. O negócio é monstruoso.

Depois sobe para o segundo andar. Lá tem uma serie sem fim de vídeos reais feitos na época que estão intactos e eles colocaram para exibir. Tem muito material em húngaro e em menor grau em russo. E muito pouca coisa traduzida para o inglês. Mas acho que nem precisa.

Tem 500 uniformes do exército húngaro, tem até um vídeo mostrando como eles se vestiam.

E aí ao fundo tem uma parede que causa muito impacto pra mim em particular. O momento que a primeira ponte aqui da Hungria afundou depois do ataque nazista. Tá lá bem ampliada. Ocupa uma parede inteira. É impressionante. (Foi o momento em que meu bisavô morreu bombardeado pelos nazistas). Fiquei sem acreditar. Penso que a imagem reflete o sentimento de todos os húngaros quando passaram por isso. Choca e dói na alma.

Do nazismo eles tem muitos filmes e muitos relatos. Eles deixaram várias televisões com os vídeos de depoimentos de quem sobreviveu. Mas nitidamente é um depoimento da década de 40 ou 50. Também tem a mostra os telefones pretos húngaros usados na época, as máquinas de escrever que passavam mensagem em código morse, fones de ouvido que você pode pegar para ouvir mais depoimentos e até um carro usado por algum governador da época. Um carro preto gigantesco. Também tem filmagem das pessoas fazendo trabalho esçravo, de campos de concentração e das pessoas trabalhando pelas ruas daqui. Tem vídeo de quando o nazismo assume o poder, e de um cara que foi abraçar Hittler mas, foi impedido pelos soldados.

Aos poucos vai misturando o nazismo com o socialismo. E tem 500 milhões de depoimentos das atrocidades que eles faziam. De coisas mais leves até coisas bem pesadas. Tem as armas que eles usavam, remontaram o gabinete de 2 comunistas lá dentro, tem livros com anotações diversas, uma biblioteca de algum governante húngaro com uns 40 livros de Stalin e 30 de Marx entre outros.

Ah sim! Tem um vídeo do exato momento que o governante húngaro passa o poder para o governo socialista.

A coisa parece ficar melhor quando entro numa área dedicada a propaganda socialista e parece que vai tudo ficar mais light. Só que piora muito!

Depois da sala de propaganda tem uma sala dos padres. Aí tem o vídeo de um cardeal q assumiu a Hungria dizendo que não queria fazer mal a ninguém e nem ter distinção de classe social porque a familia dele também vinha da classe trabalhadora húngara. Num determinado momento a guarda ali da sala manda a gente sair e entrar num elevador. Eu achei que era pq tava fechando. Engano meu.

Esse elevador deve funcionar a 2 km/h e na hora q ele se fecha abre um depoimento de um velhinho relatando c todos os detalhes possíveis como era o procedimento de tortura até o enforcamento de um preso. Isso vai angustiando profundamente em especial pq quando você se dá conta o elevador está descendo os corredores da prisão húngara aonde aconteceram os relatos dele. Você começa a identificar que lugar é o que e a única opção é descer.

Quando finalmente pára a gente está dentro da prisão. E eles não reformaram a prisão. Deixaram do jeito que foi encontrada. Lá tem uma sala com instrumentos de tortura, câmara de gás, prisões diversas com a foto de quem ficou preso em cada cela, sala de enforcamento com a corda e o tronco ali ainda expostos, sala de tortura para arrancar depoimento com detector de mentira e uma cela mil vezes pior que as outras em que só era possível colocar o corpo de pé pq nem se mexer dava.  Não tem como não ficar mal. Eu vi pessoas chorando, pessoas se afastando pra ir embora e muitas pessoas com a cara péssima.

Pra piorar, um dos corredores da saída é um corredor enorme com a foto das vitimas, quando nasceu e se morreu, num enorme paredão lá. Na próxima sala tem uma espécie de oratório com milhões de velas acessas e por fim uma sala com o levante húngaro da revolução e da resistência. Tem até uma bandeira da Hungria rasgada no meio. Eu imagino que era pra tirar a estrela comunista do meio.

Depois disso acaba. E só tem um Café e um livro pra assinar. Eu peguei minhas coisas e sai de lá mas assinei o livro. Acho que mais fiel e verídico impossível. Mas foi um enorme alivio quando sai do museu e pude ver a luz do dia ainda, ufa! Eu tava me sentindo mal já. E não gostei de não ter a opção de sair daquele elevador. Era algo que eu realmente nunca teria feito. Ainda mais com o cara relatando todo processo de tortura e morte das pessoas com a maior quantidade possível de detalhes.

O que eu consegui levar de lá foram diversos folhetos explicativos em húngaro sobre etapas diferentes de todo processo de terror e também uma folha azul que eu acho que ficava na mesa das telefonistas ou de visitantes dos presos. 90% do museu ta em húngaro oque torna muito difícil entender o que de fato era. Mas era a única coisa que podia levar.

De qualquer modo mesmo tendo ficado só uns 50 mins por lá já foi o bastante. Ainda bem que tudo isso acabou.

Ah sim! Não sei se foi exatamente no museu mas algumas coisas em húngaro começaram a ficar mais fáceis para eu ler. Pelo menos algumas palavras. Pela primeira vez não olhei sem entender nada.
 
Alguns dos relatos reais não editados da Casa do Terror:

Mulher : Nós tínhamos que jogar cartas com os oficiais até eles se encherem de nós. Se nos colocássemos contra, eles jogavam pratos na nossa cara.

Homem da "resistência": Eu falei pra eles que eles nunca conseguiriam me enforcar. Olha o tamanho do meu pescoço e olha o tamanho daquela corda. Isso aqui não passa por mim não. 
(levaram ele pra uma prisão longe de Budapeste) Tempos depois vieram me fazer uma proposta democrática. Sugeriram que jamais me matariam e me libertariam em troca d'eu sair às ruas inflando o povo húngaro para abraçar o socialismo. Mas é claro que eu topei! Quem não toparia!? Mas a minha palavra era de resistência, eu tinha certeza que sairíamos dessa para melhor. Se eu não acreeditasse, o que deveria fazer então?

Homem: " E sabendo que iríamos morrer imploramos por um padre para rezar como forma de alento a alma e encontrar salvação. De fato, trouxeram um padre. Mas ele se recusou a orar conosco por que nossas crenças eram diferentes da dele..."

Cardeal Húngaro que assumiu o poder na Igreja de Santo Estevan durante o socialismo: " Eu não sou contra o povo húngaro. Eu não quero incentivar o extermínio de classes. Assim como vocês eu vim da classe trabalhadora. Quero que entendam que trago uma mensagem de luz e pretendo abraçar a todos sem distinção"

E existem mais de 500 depoimentos reais que foram gravados ao vivo e sem edição entre as décadas de 40 e 90.

"No socialismo o trabalho era motivo de orgulho , de bravura, de plenitude e realização."

Frase cravada na parede da Casa do Terror.

As fotos na seqüência eram nitidamente de trabalho escravo adulto e infantil.

A alternativa? A morte e a prisão com direito a tortura.

Igualdade para todos. Vamos dividir todas as nossas riquezas de forma igual.

Socialismo.

Hoje (dias atuais), no Rio Danúbio, fiquei sabendo que existem 8 pontes que ligam Buda a Peste. Minha avó sempre me contou que eram 7.

Todas foram destruídas pelos nazistas na 2a Guerra Mundial. Meu bisavô morreu servindo a Hungria na primeira ponte que havia sido construída em homenagem ao príncipe austro-húngaro Josef Ferdinando. ( E um dos grandes causadores da 1a Guerra Mundial).

Após o nazismo, os húngaros reconstruiram todas as pontes. E acho que acrescentaram essa 8a aí que não existia.


Site do Museu: http://www.terrorhaza.hu/en/index_2.html

Tentei ao final do dia me distrair um pouco na Vorösmarty Tér. 

Pedi um prato que vinha c Lecso. Perguntei o que era. Me falaram que é ratatouille húngaro que eu também não sei o que é. Chegou na mesa: carne com molho de cachorro quente e pão. Se eu soubesse pediria com salsicha rs...

 Próxima Parada: Croácia!

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Hungria - Budapeste e arredores


Ainda sobre a Vaci útca :

Na  esquina da Vaci útca com a Régi Posta u. havia uma loja branca muito bonita que parecia ser recém-inaugurada.  Curiosamente estavam vendendo produtos do Mar Morto de Israel. Ou seja...haviam judeus na região. Certa vez parei pra olhar...e deu no que deu. Segue meu relato abaixo na época em que ocorreu.

Daquelas coisas que acham que enganam rs

2 israelenses vieram tentar me vender 1 milhão de produtos do Mar Morto.

De fato eu queria algo. Mas eles acharam que iriam me enganar com aquela boa e longa conversa israelense q vc não consegue se desvencilhar rs. Estavam enganados.

Aqui na Hungria em geral te respondem o q vc pergunta. As vezes continuando a pergunta falam sobre coisas pertinentes.

Já o israelense...bem...ele quer saber da sua familia, da sua idade, se vc casou ou namora , quanto tempo vai ficar aqui e...bom, muitos deles amam a Thailandia.

Enquanto eles não paravam de falar eu só pensava : acha mesmo que me engana né rs?!

Qual não foi a surpresa quando falei aos 2 que queriam me vender coisas que eu conhecia o Mar morto e quase toda Israel rs. Quase caíram pra trás rs.

Enfim...c'est lá vie. Mas eram boas pessoas. Ficaram quase que meus amigos. Estão esperando que eu volte lá. O Andreas e o Elias.

E diga-se de passagem apesar de maravilhosos os kits que eles vendiam eram super caros. Estavam fazendo tudo na faixa de HUF 40.000 a 60.000 o equivalente a 133.33 à 200 euros. De boa? Segura a onda, não se iluda com a conversa de isralenses e compre tudo isso em Israel. Lá se vc pagar de 40 a 50 euros é pq te passaram a perna na certa. Eu mesma comprava lama negra por 10 shekels. Algo que deveria dar uns R$ 5.

Fonte: Google Maps. Edição por minha conta.
 Vou ficar devendo uma foto da fachada da loja dos judeus. Mas a localização exata é a da foto acima. Existe uma portinha ao lado da loja deles que é um Ice Bar.

Ice Bar: Bar de gelo literalmente. Você entra e tem que usar casaco devido as temperaturas negativas. A única coisa que se faz nesses locais é tomar vodka ou qq coisa alcólica para esquentar. Não recomendam que se passe mais de 15 minutos dentro de um troço desses por risco de morte. Pois é...você pode mesmo morrer congelado. Mas faz um sucesso danado isso aí. Deve ser parecida a sensação na Sibéria.

Ao lado, literalmente ao lado encontra-se a loja dos judeus que vendem produtos da Ahava (a única indústria autorizada em Israel a comercializar produtos do Mar Morto).

De lá daonde eu estava resolvi fazer um city tour só pra sentir um pouco como é a cidade e conhecer algo.

A pracinha que peguei o meu ônibus rosa era assim:





E mais uma vez preciso de alguém que leia em grego...




Bom devo dizer que o city tour não durou mto. Achei super sem graça e caidão. Só serviu mesmo pra utilizar o ônibus como transporte de graça. Resolvi descobrir tudo por conta própria. E daí decidi que iria aproveitar o calor de 40 para fazer uma das coisas que minha avó mais amava. Um passeio de barco pelo Danúbio.

Mas antes...seria impossível não se deparar com traços do nazismo.

O monumento dos sapatos judeus

Fonte: http://www.eufuierecomendo.com.br/lugares/hungria/
Saindo da pracinha que eu peguei o city tour e seguindo pra trás (sentido oposto ao movimento dos carros) era possível chegar ao Parlamento Húngaro mas antes...havia algo sobre a margem do Danúbio. Estes sapatos aqui. Inicialmente podem parecer uma gracinha, alguma idéia criativa de fazer brincadeira mas não...

Esses sapatos são reais e foram imortalizados , "mumificados" ou o nome que você quer dar para lembrar os judeus que iam vestidos de pijama pra margem do rio e ali tomavam tiro e morriam afundados. A única coisa que sobravam deles eram os sapatos. O resto todo , os nazistas jogavam rio abaixo.

Bom...se vc andar da pracinha na direção dos carros encontrará 2 coisas:

1 - O mercado municipal - A nossa cobal para os cariocas ou algo equivalente ao mercado municipal de SP que vende o famoso sanduíche de mortadela.

Ele não tem nada de diferente dos mercados daqui. Aliás tem sim...os húngaros têm uma tara por salame que nunca vi. Tem mais salame do que qualquer outro tipo de carne por lá.

E bom...não deu pra aproveitar muito. No exato momento em que cheguei, faltou luz.


Como o passeio por ali morreu...resolvi fazer a 2ª coisa que era viável naquela região.

O Passeio pelo Rio Danúbio (Azul):

Os passeios pelo Danúbio são bem fáceis de se conseguir. Você pode:

1 - Comprar um city tour e dentro dele já estar incluso um passeio pelo Rio.
2 - Comprar em hotéis.
3- Comprar na hora. Basta chegar no cais nas margens do Danúbio e pedir informações.

Eu fui na 3ª opção e paguei HUF 3.000 algo próximo a 10 euros.

O passeio dura...o quanto você quiser. Pois é. 

 Ele completo de uma vez só dura em torno de 1:10 sem incluir o passeio pela Ilha Margareth. Aqui no Brasil essa ilha tem o nome muito confundido com Ilha Margarida. Por favor, não confundam.

Se você incluir uma parada na Ilha mas sem muita demora , você vai levar 2 horas.

O passeio acontece pelo seguinte roteiro:

Fonte: Google Maps
 Todo esse trecho em azul do rio é por onde os barcos que fazem passeio pelo Danúbio passam. O rio em si continua por muito mais. Mas eles vão da ponte Petófi até o final da ilha e voltam. Não me pergunte o por quê mas é p trajeto que eles estão aptos a fazer.

Por que vale a pena ?

1 - Num calor infernal de 40 graus você vai poder curtir um ventinho.

2 - Tem a melhor vista para se tirar foto do Parlamento Húngaro.

3 - Não existe outro meio para se chegar a ilha Margareth.

4 - Você vai ficar se perguntando o tempo inteiro aonde está o azul do Danúbio. E de repente...passa o sol , tudo brilha e brilha azul!

Eis o que eu consegui de lá:




Perceba que aqui a água começa a ficar azul com o reflexo do sol.

Água ficando mais azul...




Além desses pássatos era possível encontrar patinhos ao longo do rio.

O parlamento.

Monumental.

O parlamento agora de bemmm perto.




Socorro a lente sujou!

Passando embaixo da ponte.

Passagem secreta.

Praia húngara. Encosta da Ilha Margareth






Vista de longe de Gellert Hill (foto acima). Este é o local de sepultamento de Saint Gellert (São Gerardo) foi expulso e morto pelos pagãos da região no séculos XV. Sim, eles jogaram o corpo montanha abaixo. Daí o nome...

 Atualmente lá se encontra o acesso as famosas casas de banho Gellért e ao hotel de mesmo nome. Também é possível chegar a casa do primeiro ministro e algo que seria a casa presidencial.




Não, eu não fui à Ilha Margareth. Quem sabe numa próxima vez ? Motivo ? No dia tava mesmo fazendo 42 graus. Resolvi ficar dentro do barco curtindo a brisa. Ainda mais por que eram em torno de meio dia.

Ao voltar para o porto aonde parei decidi que iria me arriscar pelo metrô húngaro e descobrir alguns lugares diferentes.

Metrô Húngaro:

Ele é mais simples que o carioca. Possui apenas 3 linhas e liga alguma coisa entre Buda e Peste. O bom é que uma infinidade de pontos turisticos é alcançada apenas de metrô e estações de trem também. Quanto custa o metrô por lá normalmente ? HUF 450 ou 1.50 euros para a ida. Mas isso se for um trajeto normal. Entre as linhas M1 ,M2 e M3. Pra alguns trajetos mais complexos só no balcão pra informarem. Mas acho desnecessário. Basta apresentar o Budapest Card que normalmente você tem acesso liberado por 72 horas a partir da data de assinatura do cartão. Sim, existem guardas que pedem para você mostrar o cartão e a sua assinatura. Em geral nas estações que ligam as linhas M1 à M2 e à M3(As estações Astoria e Ferenc Tér são algumas delas). Dentro da própria linha M1 ou M2 ou M3 dificilmente tem fiscalização.

A linha que eu mais utilizei foi a M1. Ela ligava boa parte da cidade de Peste e levava à diversos pontos turísticos. A Linha M1 é a linha Amarela assim como seus  carros. 

A Linha M2 é útil por ligar Buda à Peste e ligar as estações de trem que saem do país. Existem 4 estações de trem principais em Budapeste e no geral a maioria delas você tem conexão com o metrô. A linha M2 é Cinza e seus carros são num tom meio bege/branco.

A Linha M3 é Vermelha eu não usei. Então não sei dizer.

Acrescente a particularidade que a linha M1 é histórica e patrimônio da UNESCO. Seus trems datam de ....eu acho q em torno de 1900 ou algo assim. Tem uma placa na estação da Vorösmarty Tér contando sua história. É...a Vorösmarty Tér é a estação final da linha M1.

Fonte: http://mapa-metro.com/mapas/Budapest/mapa-metro-budapest.png

 As linhas 4 e 5 estão sendo construídas ainda. Por hora é só um imaginário de como elas ficarão.

Inclusive...muitos trechos de Budapeste estão em obra para a criação dessas futuras linhas.

O que mais me chama atenção é que as linhas cruzam o Danúbio sem grandes problemas. Não faço idéia de como conseguiram isso.

Andar de metrô na Hungria é uma experiência totalmente comunista ainda. O metrô da linha 1 por ser patrimônio histórico fecha com porta de molas, iguais aqueles elevadores antigos que têm que ter as portas fechadas as mãos. 

Outra coisa...sempre que o metrô está chegando ou partindo toca uma sirene com uma musiquinha semelhante a da NBA para avisar que está partindo. Chega a dar uma sensação ruim como se fosse um campo de concentração. Sem tocar aquela música o trem não pode partir. Estranho é que depois ao longo dos dias você acaba sentindo falta dessa música para poder circular por aí.

Estação Keleti Pu sentido Vorösmarty Tér. Vulgo linha M1

O metrô simpático da época do socialismo preservado como patrimônio histórico.
 Entrando na modernidade...a linha M2 do metrô (lembra um pouco as estações de Copacabana no Rio) :

E isso porque eu já estava chegando ao final. A escada rolante em si é 5 vezes maior.



Trem super moderno ao contrário dos brasileiros.

Infelizmente o banheiro tinha que ser podre né. Não dá pra ser perfeito em tudo.

Na estação de metrô Beli Pu existe a saída pra estação de trem de mesmo nome. Ali existe um guichê de compra de passagens. Repare que eles chegaram muito perto de se comunicar em português!
Bom chega de metrô...se você voltar ao mapa vai entender o que vou contar agora. Peguei a linha M1 sentigo México út. Aquela região desde a Hösok Tere possui diversos atrativos. A praça dos Heróis, o parque da Cidade (City Park) , o ringue de patinação, diversos museus entre outros. E tudo isso de graça. (Ou quase tudo)

A Praça dos Heróis






Este foi meu lugar preferido em Budapeste. Parecia algo digno de Senhor dos Anéis devido a toda sua grandiosidade. Infelizmente não consegui ficar muito mais que uns 5 ou 10 minutos por conta do sol insuportável.

Repare que eu passei sim protetor solar. Antes de sair do hotel e ao longo do passeio diversas vezes...mas era a mesma coisa que nada.

O que é a praça dos Heróis ?

É um monumento belíssimo em homenagem a todos os 13 personagens responsáveis pela independência da Hungria. Nele se encontram os 7 chefes de tribos magyares + os 4 reis que foram responsáveis por sua independência (Andreas II, Ladislau , Estevan e Carlos I e Luis I) + os 2 santos padroeiros da Hungria (Estevan e Ladislau) + o Anjo Gabril na estátua Central. Ufa! É gente!! Mas é belíssimo!!! Em húngaro: Hősök tere significa Praça dos Heróis.

Pois é, existe uma estação do metrô que sai ali na cara do gol. Mas não achei. A que eu saltei ficava a nem 2 minutos a pé do local. Tá valendo!

Esta praça se localiza na Andrassy útca uma das ruas mais importantes historicamente da Hungria. 

Antigamente no local aonde se encontra esta praça, não era possível passar de carro. Isso só se tornou viável a partir de 1920 quando abriram um espaço de circulação. Uma pena eu diria. 

Ao redor do monumento você encontra o Museu de Belas Artes. Mas não entrei por que meu foco era outro. Eu queria ir ao Parque da Cidade.

Pausa para outra curiosidade húngara...mas eu diria que dessa vez é algo publicitário...

 
Em diversas ruas da Hungria é possível encontrar esse desenho de coruja. Não consegui descobrir o por quê.

City Park - Parque da Cidade 

O Parque da Cidade é uma agradável surpresa para quem quer descansar, namorar ,relaxar ou brincar. Ele é enorrrrrrrrmmmmmmmeeeeeee !!! Eu não sei aonde começa e termina.

Cuidado com o seguinte: Os húngaros não sabem o que é o City Park. Tenho certeza que eles dão outro nome ao local. Em todos os guias turísticos e mesmo no Google é chamado de City Park mas perguntar para qualquer um deles aonde fica o City Park eles ficam meia hora olhando pra sua cara tentando entender o que é.

Na sorte...um deles me falou : segue por ali que você vai achar o que quer.

Bom...eu não achei. Mas conheci um belo lugar.





O Museu de Belas Artes










Eu sinto falta de tamanha expressão nas nossas estátuas brasileiras. Se não me engano este é Ícaro.

 
Mas afinal o que eu buscava ? Isso aqui :

Fonte: http://static.panoramio.com/photos/large/31105774.jpg
A estátua do único e verdadeiro Anonymous da face da terra rs. Ninguém sabe quem ele é. Mas foi de fato um escritor anônimo em épocas medievais que pediu para ser eternizado.  Em diversos lugares encontrei a referência de que sua estátua encontra-se no City Park. Mas ficou só na referência. Um dia ainda volto e a encontro.

Ali ao lado da entrada do City Park e da Praça dos Heróis tem também um ringue ou seria rinque (?) de patinação. Mas eu não entrei. Por quê ? Por que eu só descobri o que era depois que saí de lá. Está em húngaro e não existe uma referência em inglês. Logo fica impossível saber o que era. 

Bom terminado o passeio de se perder em busca do Anonymous e pela Praça dos Heróis voltei para Vörösmarty Tér. Futuramente continuarei as aventuras na Andrassy út.
 
 Eu voltei para a Vörösmarty Tér pois queria ver a Igreja de Santo Estevan e a casa que meus avós moravam na Hungria até fugirem de lá.

Não era um passeio perdido. Descobri além deles outras muitas coisas inusitadas e belas.

Fonte: Google Maps

 Vamos lá...preste bem atenção neste mapa por que ele vai ser muito útil daqui em diante. A minha idéia era ir à Igreja de Santo Estevan. Segui pela Josef Atila út. E acabei parando no meio do caminho parei na Praça Josef Nádor.

Josef Nádor Tér:




Rua Josef Átilla :



Entrei na Praça Joséf Nador:

Esta construção é o ministério Húngaro da Agricultura:








A porta abaixo , acredite se quiser, é da embaixada da Venezuela. Comunismo pra que te quero...


E aqui também é a sede do Banco Crédit Agricole. Algo como Banco Agrícola.


A bela vista da praça Josef Nádor



E aqui um banheiro verde. É...eu achei bonito.Pelo menos na hora rs. A cor dele.


Aqui está o Seu Josef Nádor :

  

Október 6 Útca

Saí de lá e segui mais uns 3 mins a pé. Por favor, volte ao mapa. E então entrei na Október 6 útca.



A Október 6 utca é uma rua facilmente reconhecida por seu guardinha gordinho simpático que fica no meio dela. Foi muito difícil tirar foto dele sozinho. O tempo inteiro adultos e crianças param ali pra tirar foto.



Bom , esta rua era a rua onde meus avós moravam quando viviam na Hungria. É uma rua muito simpática e graciosa. Boa para passar os finais de tarde por ali com amigos sentados em resturantes no meio da calçada e jogando conversa fora. 

Logo em frente à estátua do guarda, se vc der as costas pra ele, encontrará a praça e a Igreja de Santo Estevan. E mesmo que você não seja religioso vale a pena a visita. A vista em si é monumental. 

Igreja de Santo Estevan

De cara já é possível ver uma de suas grandes atrações. O frescão. Esse mini trator fica tacando água de forma decente para limpar a praça ou...você pode se voluntariar a tomar um banho no calor de 40 graus que ali fazia. Quem não ia querer ? Muito superior as tentativas cariocas de frescão nas praias de Copacabana e Ipanema rs.

Depois era só correr pro abraço e curtir a bela paisagem...



Por apenas 1 euro é possível colocar uma vela no altar.









E por apenas 6 euros é possível subir na torre da Igreja diariamente e curtir o quanto quiser. Atente só para o fato que ela fecha pontualmente às 18:30. Guardas irão te expulsar no melhor estilo Monty Pithon. É que os guardas são velhinhas de 70 anos. E acredite...elas tiram qualquer marmanjo 4 x4 dali. Não queira pagar pra ver.

























Enfim acho que foi isso. Se faltou algo de Budapeste depois coloco aqui.

Fiquem com o belo pôr do sol que consegui um dos dias lá de presente.

 


 Próxima parada: Andrássy út. 60. A CASA DO TERROR!!!